Emissões de rádio formam padrão impressionante!


Por quase uma década os astrônomos estão intrigados com fortes emissões de rádio que parecem estar vindo de um lugar muito distante. E agora, acabamos de encontrar mais uma peça desse misterioso quebra-cabeças espacial, mas ao que tudo indica, só fez os cientistas ficarem ainda mais confusos: novas emissões de rádio estão seguindo um padrão matemático, que simplesmente não bate com qualquer coisa que conhecemos ou já vimos...

É claro que ao ouvir "emissões de rádio" + "padrão matemático" + "espaço exterior", a pergunte clichê é a mais propícia: "-Seria uma tentativa de contato alienígena?", "Alguma civilização inteligente está tentando se comunicar?"

Desde 2007, nossos telescópios já detectaram cerca de uma dúzia de emissões como essa, chamadas de fast radio bursts. Esses pulsos duram apenas alguns milissegundos, mas com tanta energia quanto a que o Sol libera em um mês. Para descobrir de onde estão vindo estes sinais, um grupo de pesquisadores se aproveitaram de um princípio simples: as ondas de rádio de frequência mais elevada encontram menos interferência enquanto atravessam o espaço, e são detectadas pelos nossos telescópios mais cedo do que as ondas de baixa frequência. O atraso de tempo, ou "medida de dispersão" entre as ondas de rádio frequência mais elevadas e mais baixas a partir do mesmo evento, pode ser utilizado para determinar a distância percorrida pelas ondas.


É exatamente neste ponto que as coisas ficam muito estranhas. Quando os investigadores calcularam a distância de dispersão para cada uma das onze fast radio bursts, eles descobriram que cada distância representa um múltiplo de um único número: 187,5. Quando colocados em um gráfico, esses números formam um padrão impressionante!

As explicações mais plausíveis (apesar de não terem comprovações), são: 
  1. As rajadas são provenientes de várias regiões, todas à bilhões de anos-luz de distância;
  2. Podem ser efeito de um pequeno objeto cósmico muito próximo, como um pulsar, que se comporta de acordo com uma física que não compreendemos;
  3. Trata-se de uma civilização extraterrestre tentando estabelecer uma comunicação, emitindo rajadas numéricas simples, mas diferentes de todas que vemos no espaço.
A verdade é que uma das hipóteses acima pode ser real, ou que talvez, nenhuma esteja correta. O fato é que os cientistas simplesmente não entenderam nada sobre esses sinais de rádio.

Observatório de Arecibo, em Porto Rico. Pertence ao projeto SETI.
"Minha previsão é que esse padrão será desmistificado em breve, assim que outras fast radio bursts forem encontradas", diz Duncan Lorimer, da Universidade de West Virginia, que relatou a primeira explosão em 2007. "É um com exemplo de como, aparentemente, resultados significativos podem ser encontrados em conjuntos de dados esparsos".

Essas emissões de rádio misteriosas estão deixando muitos cientistas de "cabelo em pé", e o que poderia estar causando isto parece ser um grande mistério.


"Se é um sinal, certamente não é uma mensagem, exceto se for uma 'olá, estamos aqui!'. Essas explosões de rádio rápidas não podem codificar muitos bits. Mas há outras tantas possibilidades, que acredito que atribuir algo que não entendemos á vida extraterrestre é um pouco prematuro", diz Seth Shostak, diretor do Instituto SETI (Projeto de Busca por Vida Extraterrestre, na sigla em inglês).

Se tem alguma coisa que ficou clara em toda essa história, é o fato de que temos muito que aprender somos os padrões cósmicos, e o que o Universo ainda deve continuar nos surpreendendo por muito tempo.

Fonte: Galeria do Meteorito

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